Confesso que fiquei chocada ao ver pesquisas que mostram que os meninos são expostos cada  vez  mais precocemente a imagens e vídeos pornográficos. E pior: sem parâmetros, a maioria acaba pensando que as cenas vistas nos filmes são reais, o que gera uma imagem totalmente distorcida da sexualidade. Segundo essa reportagem do The Guardian, 94% dos menores de 14 anos  no Reino Unido viram imagens de conteúdo pornográfico por acaso enquanto navegavam pela internet.

Na França, a realidade não é diferente. Um estudo da OpinionWay a pedido da associação Ennocence revela que, em média, aos 11 anos as crianças francesas já tiveram contato pela primeira vez com imagens pornográficas. De acordo com o levantamento, para 14% dos entrevistados com idades de 9 a 16 anos, o acesso aos sites pornôs ocorreu sem querer. Muitos relataram, por exemplo, que, ao entrarem em um site de esportes ou de jogos online, janelas pop up com imagens pornográficas apareceram espontaneamente na tela.

Como protegê-los?

Esse site aqui ensina passo a passo como bloquear sites pornográficos e perigosos. Confesso que não usei essas dicas ainda e, por enquanto, tenho um filtro normal de controle parental nos equipamentos eletrônicos que podem ser usados pelas crianças.

Passo a passo para puxar assunto com os pequenos

Se as ferramentas tecnológicas são importantes, nada substitui a conversa com os pequenos. Para começar, a professora especializada em educação infantil Edith Berlizot explica em entrevista ao jornal La Croix que é preciso não ter medo de falar sobre pornogafia com as crianças.

1-Comece falando de amor, de sentimentos. Os psicólogos nos orientam a falar primeiro de coisas mais amenas antes de abordar o tema pornografia.

2-Ensine respeito aos pequenos. É muito importante que os meninos aprendam desde cedo que as meninas não são objetos. E as meninas devem aprender que merecem ser respeitadas.

3-Os pequenos também devem aprender em casa que o sexo e o amor podem caminhar juntos.

“As crianças correm o risco de descobrirem por acaso ou de ouvirem falar. Os pais precisam ficar muito atentos e começar um diálogo antes da puberdade, gradualmente, aos pouquinhos com um vocabulário cuidadoso. Deve-se começar por falar sobre as mudanças no corpo, sobre o funcionamento desse corpo e do corpo do outro, sobre as origens da vida. Depois, aos poucos, sobre a prevenção da pornografia ao ver, por exemplo, um cartaz, um comercial. (…) Podemos explicar ao adolescente que o pornô é um comércio que tem o objetivo de tornar dependentes as pessoas que o consomem. A pornografia não deve mais ser um assunto tabu.” (Edith Berlizot)

E os desenhos infantis?

O hábito de monitorar o que nossos filhos deve começar bem cedo, claro. Muitos pais confiam apenas no seu instinto para definir o que é adequado ou não para os pequenos. Mas, para os mais aflitos, existem outras ferramentas. Um pai amigo francês me indicou esse site que faz uma resenha detalhadíssima de dezenas de filmes, desenhos infantis e documentários. As resenhas avaliam, por exemplo, quais as cenas podem causar medo, se o filme tem uma mensagem positiva, se estimula o consumo etc.

Achei uma ferramenta muito boa para aconselhar os pais, principalmente para aqueles desenhos ou filmes meio desconhecidos. Mas, sinceramente, achei algumas resenhas um pouco exageradas. Por exemplo o desenho Carros/Cars, da Disney, é recomendado apenas para crianças acima de 6 anos. O desenho dos Ursinhos Carinhosos, que eu julgava tão bobinho, também não estaria adaptado para menores de 6 anos.

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