Por Cíntia Cardoso
Às vésperas da primavera, quando muitos na Europa já planejavam guardar os casacos no fundo do armário, o frio voltou com tudo. Nos últimos dias, as temperaturas caíram drasticamente. Mesmo para quem já está acostumado ao inverno, a frente fria glacial que se instalou no centro da Europa assustou. Batizada de Moscou-Paris, a onda de frio fez os termômetros marcarem -10° C em Paris, mas a sensação térmica pode ser até mais baixa apesar do sol e dos dias claros. Em Genebra, de manhã os frio tem chegado a -16°C. Embora as crianças adorem quando está nevando, é preciso ter alguns cuidados especiais para se proteger.
-Pele muito seca? Que tal menos banhos?
Dica polêmica da pediatra dos meus filhos. Para as crianças que têm a pele sensível, esse é o nosso caso aqui em casa, o conselho é o de passar sabonete extra suave ou óleo de banho apenas no principal. A saber: bumbum, genitália e pés. Banhos bem rápidos no chuveiro (melhor evitar longo banhos de banheira porque combinação do inverno com água quente pode ressecar ainda mais a pele). Ainda segundo a pediatra, nos dias em que as crianças não tiverem saído de casa ou se sujado muito, melhor deixar o banho para outro dia e se contentar de uma toalhinha molhada mesmo.
-Passar menos tempo ao ar livre
Os alemães, como já dissemos por aqui, acreditam que dá para brincar ao ar livre em qualquer clima desde que as crianças tenham roupas adequadas. Mas, quando as temperaturas estão muito baixas mesmo, o mais prudente é limitar o tempo de exposição ao frio. É uma delícia brincar na neve e as fotos ficam lindas no Instagram, mas melhor não abusar.
-Usar roupas realmente adaptadas ao frio
Essa dica parece óbvia, mas não é tão simples escolher o agasalho adequado diante de tantas opções nas lojas. E a tentação é a de encher a criançada de roupas. Mas isso é um erro, destaca o pediatra Arnaud Pfersdorff em entrevista ao canal francês LCI. “Isso é exatamente o que não se deve fazer. (Cobrir as crianças com muita roupa) vai levar a uma transpiração excessiva e é assim que, com frequência, elas acabam ficando resfriadas”, afirma.
Ele destaca que “três camadas de roupa” são suficientes. Pela minha experiência, eu uso uma espécie de legging e camiseta da manga longa térmicas por baixo da roupa. Uma boa calça (moletom grosso ou moletom com lã), um pulôver de lã ou forrado por dentro e um casaco que cubra até embaixo das nádegas. E o pulôver não precisa ser daqueles grossos. O importante é dar atenção aos pés. “Não precisa usar meias grossas, mas elas têm que cobrir bem os pés. É o sapato que vai proteger o pé do frio”, destaca.
Então, no pé, botas bem quentinhas.

–“Cuidado com a cabeça do pimpolho”
Os pediatras são unânimes ao afirmar que o corpo das crianças perde calor muito mais rapidamente que o de um adulto. Sendo assim, é preciso cobrir bem as extremidades porque é por aí que o frio ataca. A prioridade é a cabeça que é a parte do corpo que se resfria mais rapidamente. Então é essencial usar um gorro e também luvas. Quase sempre é uma luta convencer as crianças a cobrirem as mãos, mas o esforço vale a pena para garantir a saúde dos pequenos nesse frio.
E no caso dos bebés bem pequenos, é importante ter o cuidado de secar aquela baba em torno da boca, porque, gelada, ela pode causar um grande incômodo.
–Ficar atentos a sinais de hipotermia
As crianças menores muitas vezes não conseguem se expressar para indicarem que estão com frio. Por isso, o melhor é observar. Se elas apresentam lábios azulados, isso pode indicar hipotermia. Um cansaço extremo também é um sinal de alerta.

-Cuidados com a casa
A vontade é de fechar tudo e ficar em baixo das cobertas com o aquecedor no máximo, mas, mesmo nesse inverno rigoroso, temos que arejar por alguns minutos os cómodos, principalmente no caso de crianças com história de alergia respiratória.
O ideal é que antes de cada inverno um profissional verifique o estado de conservação e limpeza de aquecedores.

Nenhum pensamento